A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, em Belém (PA), é considerada relevante por 54% dos industriais brasileiros, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quarta-feira (13). A mesma proporção avalia que o evento trará impacto positivo ou muito positivo para o setor. As maiores taxas de expectativa estão nas regiões Norte-Centro-Oeste (64%) e Nordeste (60%).
Além disso, 75% dos empresários acreditam que a COP30 pode fortalecer a imagem da indústria brasileira no exterior, ampliando o protagonismo do país na agenda climática internacional.
“O dado de que mais da metade da indústria vê a COP30 com otimismo confirma o que já sabemos: o setor produtivo está comprometido com a agenda climática. A indústria brasileira é vanguarda em soluções sustentáveis e tem muito a mostrar ao mundo quando os holofotes estiverem voltados para Belém”, afirma Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI.
A COP30 será também uma etapa decisiva na continuidade das negociações iniciadas na COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão. Um dos principais avanços da conferência anterior foi a aprovação da Nova Meta Coletiva Quantificada de Financiamento Climático (NCQG, do inglês New Collective Quantified Goal on Climate Finance), que estabeleceu um novo patamar de ambição para o financiamento climático global: a meta é alcançar USD 300 bilhões anuais até 2035, com uma aspiração de chegar a USD 1,3 trilhão por ano.
Em Belém, os países devem avançar na definição dos caminhos para mobilizar os recursos necessários à implementação da nova meta, estabelecendo mecanismos, fontes e instrumentos financeiros que sustentem a transição para economias de baixo carbono. Outros temas prioritários da agenda incluem os indicadores do Objetivo Global de Adaptação, a promoção de uma Transição Justa e o desdobramento do Global Stocktake (GST), que mede o progresso coletivo em relação às metas do Acordo de Paris.
“A COP30 é uma oportunidade para transformar ambição em ação. É preciso garantir mecanismos de financiamento que viabilizem os compromissos assumidos e apoiem, especialmente, os países em desenvolvimento. Para a indústria brasileira, isso significa ampliar investimentos em inovação e descarbonização”, destaca Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
Para contribuir com esse processo, a CNI lançou a Sustainable Business COP30 (SB COP), iniciativa voltada à ampliação da participação qualificada do setor empresarial nas negociações climáticas. O grupo empresarial vai reunir propostas, experiências e soluções desenvolvidas pelo setor privado com foco na transição para uma economia de baixo carbono.
A expectativa é que a SB COP atue como ponte entre o setor produtivo e os tomadores de decisão, promovendo diálogo técnico e contribuindo com subsídios concretos ao longo da preparação e durante a conferência em Belém.
A pesquisa Sustentabilidade e Indústria foi realizada pela Nexus e ouviu representantes de mil empresas industriais de pequeno, médio e grande portes, em todo o país. As entrevistas foram realizadas entre 15 de maio a 17 de junho de 2025.
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