Apesar dos desafios impostos pelas chuvas em 2024, o setor agropecuário do Rio Grande do Sul demonstrou resiliência e apresentou um aumento na produção agrícola. Levantamento da Nexus, feito a partir de dados do IBGE, mostra que a produção de soja registrou crescimento de 44% em relação a 2023 – maior aumento entre os insumos produzidos pelo agronegócio gaúcho.
Dentre os grãos, no mesmo período, a produção de trigo (41%), aveia (39%) e milho (14%) cresceu. O levantamento da Nexus aponta também que o arroz – que chegou a ficar escasso nas prateleiras e com preço elevado após a tragédia das enchentes –conseguiu manter o patamar de produção, alcançando 7.128.908 toneladas no ano de 2024.
Os dados analisados mais recentes também apontam para um desempenho positivo na produção de ovos, que superou em 6% os números do ano anterior. Em 2024, a produção gaúcha de ovos registrou 306.752mil dúzias, comparada a 289.097, em 2023.
O agronegócio gaúcho representa entre 35% a 40% do PIB da economia, segundo dados do Governo do Rio Grande do Sul.
“O setor agropecuário do Rio Grande do Sul demonstrou uma notável capacidade de recuperação frente aos desafios climáticos de 2024. Levantamento da Nexus revela um crescimento expressivo na produção agrícola, liderado pela soja, que apresentou o maior aumento entre os insumos. É importante ressaltar também o desempenho positivo de outros grãos essenciais, que registraram aumento na produção. Esses resultados refletem a força, a dinâmica e a adaptabilidade do agronegócio gaúcho, um setor que segue sendo fundamental para a economia, mesmo em cenários adversos”, CEO da Nexus, Marcelo Tokarski.
Os abates de vacas apresentaram uma redução de 7%
Por outro lado, o estudo da Nexus indica que as enchentes podem ter impactado negativamente os abates de algumas categorias de gado. Os abates de vacas apresentaram uma redução de 7% (de 648.794, em 2023, para 604.977, em 2024).
Os abates de novilhos e novilhas sofreram quedas mais acentuadas, de 22% (de 513.817, em 2023, para 401.088, em 2024) e 8% (de 215.500, em 2023, para 197.884, em 2024), respectivamente. Além disso, a produção de leite cru no estado foi 2% inferior ao registrado em 2023.
Veja os gráficos completos abaixo do levantamento da Nexus, com bases em dados do IBGE (2014 a 2024):
Metodologia
A presente análise da Nexus se fundamenta em dados primários provenientes de levantamentos estatísticos de abrangência nacional, conduzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Especificamente, foram utilizados os resultados das seguintes pesquisas:
– Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA): Esta pesquisa mensal fornece estimativas da produção das principais lavouras do país, abrangendo informações sobre áreas plantadas e colhidas, quantidades produzidas e rendimento médio. Os dados do LSPA permitem acompanhar a dinâmica da produção agrícola e suas variações ao longo do tempo.
– Produção de Ovos de Galinha (POG): Com periodicidade trimestral, a POG investiga a produção de ovos de galinha em estabelecimentos selecionados em todo o território nacional. Os dados coletados incluem o número de galinhas poedeiras e a produção de ovos por tipo de criação.
– Pesquisa Trimestral do Abate de Animais: Esta pesquisa trimestral levanta informações sobre o abate de bovinos, suínos, frangos e outras espécies em estabelecimentos sob inspeção sanitária federal, estadual ou municipal. São coletados dados sobre o número de cabeças abatidas e o peso total das carcaças.
– Pesquisa Trimestral do Leite: A Pesquisa Trimestral do Leite investiga a produção de leite (adquirido e/ou recebido para transformação) em estabelecimentos em todo o Brasil. São coletadas informações sobre a quantidade de leite captado e a produção total.
A utilização conjunta dos dados dessas quatro pesquisas permitiu análise abrangente da produção no setor primário, englobando tanto a agricultura quanto a pecuária. A consistência metodológica e a abrangência geográfica dessas pesquisas do IBGE conferem robustez e confiabilidade aos dados utilizados nesta análise.
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